Elastografia Hepática Transitória na Deteção de Varizes Esofágicas Clinicamente Significativas

Autores

  • Ana Catarino Serviço de Medicina Interna, Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro, Hospital de Vila Real, Portugal
  • Carmen Pais Serviço de Medicina Interna, Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro, Hospital de Vila Real, Portugal
  • Renata Silva Serviço de Medicina Interna, Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro, Hospital de Vila Real, Portugal
  • Nuno Silva Serviço de Medicina Interna, Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro, Hospital de Vila Real, Portugal
  • Paulo Carrola Serviço de Medicina Interna, Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro, Hospital de Vila Real, Portugal
  • José Presa Unidade de Hepatologia, Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro, Hospital de Vila Real, Portugal

DOI:

https://doi.org/10.24950/rspmi/O274/16/2017

Palavras-chave:

Cirrose Hepática, Hipertensão Portal, Técnicas de Imagem por Elasticidade, Varizes Esofágicas e Gástricas

Resumo

Introdução: As varizes esofágicas (VE) representam uma
complicação da hipertensão portal, e a sua rotura associa-
-se a mortalidade elevada. A aplicação de métodos não invasivos
no seu diagnóstico, incluindo a elastografia hepática,
tem sido alvo de investigação.
Objetivo: Avaliar a utilidade da elastografia hepática transitória
como método não invasivo de diagnóstico de VE, para
evitar em doentes selecionados a realização sistemática de
endoscopia digestiva alta.
Material e Métodos: Análise retrospetiva dos doentes da
Unidade de Hepatologia com valores de elastância hepática
>13 kPa que realizaram endoscopia digestiva alta até 18
meses após medição.
Resultados: Incluímos 259 doentes (80,7% homens), com
idade média de 57,9 ± 9,8 anos, dos quais 65,3% tinham
VE (52,1% de grau II-III). Construímos curvas ROC correlacionando
elastância hepática com presença de VE, obtendo
área sob a curva (AUC) de 0,755, ponto de corte (PC) > 26,6
kPa (sensibilidade 81,1%, especificidade 64,4%) para VE
de qualquer grau e AUC 0,68, PC > 28,1 kPa (sensibilidade
82,9%, especificidade 49,7%) para VE grau II-III. Na cirrose
de etiologia vírica obtivemos AUC de 0,83 para presença
de VE, PC > 19,8 kPa (sensibilidade 95,4%, especificidade
62,2%) e AUC de 0,69 para VE grau II-III, PC > 19,8 kPa
(sensibilidade 94,7%, especificidade 42,0%). Nos doentes
sem esplenomegalia ou trombocitopenia, a AUC foi 0,89,
PC > 26,6 kPa (sensibilidade 86,3%, especificidade 81,8%)
para presença de VE e 0,75, PC > 26,6 kPa (sensibilidade
90,9%, especificidade 60,6%) para VE grau II-III.
Conclusão: Verificou-se relação entre valores de elastância
hepática e presença de VE, mais significativa nos grupos
com cirrose de etiologia vírica e sem esplenomegalia ou trombocitopenia. Os PC revelaram elevada sensibilidade,
mostrando a potencial utilidade da elastografia hepática na
identificação de doentes que poderão dispensar realização
de endoscopia digestiva alta.

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Ficheiros Adicionais

Publicado

29-12-2017

Como Citar

1.
Catarino A, Pais C, Silva R, Silva N, Carrola P, Presa J. Elastografia Hepática Transitória na Deteção de Varizes Esofágicas Clinicamente Significativas. RPMI [Internet]. 29 de Dezembro de 2017 [citado 14 de Dezembro de 2024];24(4):275-84. Disponível em: https://revista.spmi.pt/index.php/rpmi/article/view/756

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