Terapêutica antitrombótica para prevenção primária e secundária do Acidente Vascular Cerebral Isquémico Cardioembólico – pontos de interesse na orientação terapêutica

Autores

  • R. Cavaco Serviço de Medicina Interna 3 do Centro Hospitalar Lisboa Norte; Grupo de Investigação e Tratamento do Doente Idoso (GITDI)
  • T. Fonseca Serviço de Medicina Interna 3 do Centro Hospitalar Lisboa Norte; Grupo de Investigação e Tratamento do Doente Idoso (GITDI)
  • J. Clara Gorjão Serviço de Medicina Interna 3 do Centro Hospitalar Lisboa Norte; Grupo de Investigação e Tratamento do Doente Idoso (GITDI)

Palavras-chave:

Cardioembólico, risco, prevenção, antiagregação, anticoagulação, enfarte cerebral

Resumo

O acidente vascular cerebral (AVC) é a principal causa de morte
em Portugal, e, como tal, merece toda a nossa atenção em termos de profilaxia e tratamento. Esta revisão tem como objectivo
esclarecer as opções antitrombóticas a considerar em doentes
com risco cardioembólico. A metodologia utilizada no processo
de revisão constou na análise pormenorizada de um conjunto de
artigos, ensaios clínicos e revisões, obtidos por pesquisa Medline
e Google, incluindo os últimos 15 anos de investigação na área do
AVC. A determinação da patogenese do AVC isquémico, apesar de
difícil, é de extrema importância uma vez que é determinante na
orientação terapêutica. No AVC tromboembólico o foco embólico
mais frequente é o coração e o primeiro passo na determinação
da patogenese é o reconhecimento do potencial embolígeno da
cardiopatia de base. A fibrilhação auricular (FA) é a cardiopatia
embólica de risco major mais frequente. Em prevenção primária,
doentes com FA e um ou mais factores de alto risco devem ser
medicados com anticoagulantes orais (ACO) e doentes com baixo
risco devem ser medicados com antiagregantes plaquetários.
Em doentes com risco moderado a escolha terapêutica deve
considerar factores como as preferências do doente, o risco
hemorrágico individual e a possibilidade de monitorização eficaz
da terapêutica ACO. Em prevenção secundária, a decisão sobre
a profilaxia a adoptar deve continuar a basear-se na causa mais
provável do enfarte cerebral.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Alberts GW et al. Antithrombotic and Thrombolytic for Ischemic Stroke: The Seventh ACCP Conference on Antithrombotic and Thrombolic Therapy. Chest 2004: 126; 483S-512S.

Robert GH et al. Atrial Fibrillation and Stroke – Concepts and Controversies. Stroke 2001: 803-808.

Ferro JM. Atrial fibrillation and cardioembolic stroke. Minerva cardioangiologica 2004: 25: 111-122.

Puneet K Et al. Management os atrial fibrillation. Vascular Health and Risk Manegement 2007: 3(1): 109-116.

Ferro J. M. Cardioembolic stroke: un update. Lancet Neurol 2003: 2 (3): 177-188.

Cabral LC et al. Fibrilhação auricular crónica, AVC e anticoagulação. Arq Neuropsiquiatr 2004: 62 (4): 1016-1021.

Robert GH et al. Lessons from Stroke Prevention in Atrial Fibrillation Trials. Ann Intern Med 2003: 138: 831-838.

European Atrial Fibrillation Trial (EAFT) Study Group. Lancet 1993: 342 (8882): 1255-1262.

SPAF investigators. Stroke Prevention in Atrial Fibrillation Study – Final Results. Circulation 1991: 84: 527-539.

ACC/AHA/ESC 2006 Guidelines for the Management of Patients with Atrial Fibrillation. Circulation; 2006 114: e257-e354.

Atrial Fibrillation Investigators. Risk factors for stroke and efficacy of antithrombotic therapy in atrial fibrillation. Arch Intern Med 1994: 154: 1449-1157.

Brian FG et al. Validation of Clinical Classification Schemes for Predicting Stroke: Results from the Nacional Registry of Atrial Fibrillation. JAMA 2001: 285 (22): 2864-2870.

Coordenação Nacional para as Doenças Cardiovasculares. Terapêutica Antitrombótica da Fibrilhação Auricular 2009.

European Stroke Organization. Guidelines for Management of Ischaemic Stroke and Transient Ischaemic Attack. Cerebrovasc Dis 2008: 26: 669– 670.

Ralph L et al. Guidelines for Prevention of Stroke in Patients with Ischemic Stroke or Transient Ischemic Attack. Stroke 2006: 37: 577-61.

Robert GH et al. Transient Ischemic Attack in Patients with Atrial Fibrillation. Stroke 2004:35: 948-951.

Sharon ES et al. New Evidence for Stroke Prevention. JAMA 2002: 288: 1388-1395.

Elaine MH et al. Effect of Intensity of Oral Anticoagulation on Stroke and Mortality in Atrial Fibrillation. N Engl J Med 2003: 349: 2360-2361.

Andrew E et al. Should Stroke Subtype Influence Anticoagulation Decisions to Prevent Recurrence in Stroke Patients With Atrial Fibrillation? Stroke 2001: 32: 2828-2832.

Mant J et al. Warfarin versus aspirin for stroke prevention in an elderly community population with atrial fibrillation (the Birmingham Atrial Fibrillation Treatment of the Aged Study, BAFTA): a randomized controlled trial. Lancet 2007: 370: 493-503.

Connolly S et al. Clopidogrel plus aspirin versus oral anticoagulation for atrial fibrillation in the Atrial fibrillation Clopidogrel Trial with Irbesartan for prevention of Vascular Events (ACTIVE W): a randomized controlled trial. Lancet 2006: 367: 1903-1912.

Campbell CL et al. Aspirin dose for the prevention of cardiovascular disease: a systematic review. JAMA 2007;297(18):2018-2024.

Andrew E et al. Should Stroke Subtype Influence Anticoagulation Decisions to Prevent Recurrence in Stroke Patients With Atrial Fibrillation? Stroke 2001: 31: 2828-2832.

The Active Steering Committee; ACTIVE Investigators; Connolly S, Yusuf S, Budaj A et al. Rationale and design of ACTIVE: the atrial fibrillation clopidogrel trial with irbesartan for prevention of vascular events. Am Heart J 2006;151:1187-1193.

The ACTIVE Writing Group on behalf of the ACTIVE Investigators; Connolly S, Pogue J, Hart R et al. Clopidogrel plus aspirin versus oral anticoagulation for atrial fibrillation in the Atrial fibrillation Clopidogrel Trial with Irbesartan for prevention of Vascular Events (ACTIVE W): a randomized controlled trial. Lancet 2006;367: 1903-1912.

Francisco P-G et al (NASPEAF investigators). Comparative Effects of Antiplatelet, Anticoagulant, or Combined Therapy in Patients With Valvular and Nonvalvular Atrial Fibrillation. J American Col Cardiol 2004: 44: 1-10.

Francisco P-G et al. Antithrombotic therapy in elderly patients with atrial fibrillation: effects and bleeding complications: a stratified analysis of NASPEAF randomized trial. European Heart Journal. 2007; 996-1003.

Stroke Risk in Atrial Fibrillation Working Group. Independent predictors of stroke in patients with atrial fibrillation: a systematic review. Neurology 2007;69:546-554.

Miyasaka Y, Barnes ME, Bailey KR et al. Mortality trends in patients diagnosed with first atrial fibrillation: a 21-year community-based study. J Am Coll Cardiol 2007;49:986-992

Ficheiros Adicionais

Publicado

30-06-2010

Como Citar

1.
Cavaco R, Fonseca T, Clara Gorjão J. Terapêutica antitrombótica para prevenção primária e secundária do Acidente Vascular Cerebral Isquémico Cardioembólico – pontos de interesse na orientação terapêutica. RPMI [Internet]. 30 de Junho de 2010 [citado 17 de Novembro de 2024];17(2):118-23. Disponível em: https://revista.spmi.pt/index.php/rpmi/article/view/1244

Edição

Secção

Artigos de Revisão