Prevalência da aftose oral recidivante na população geral portuguesa

Autores

  • Inês Patrício Serviço de Medicina Interna do Centro Hospitalar de Coimbra e Serviço de Medicina Interna do Hospital da Universidade de Coimbra, EPE.
  • Jorge Crespo Serviço de Medicina Interna do Centro Hospitalar de Coimbra e Serviço de Medicina Interna do Hospital da Universidade de Coimbra, EPE.

Palavras-chave:

Aftose oral recidivante, aftas orais, epidemiologia, prevalência, Portugal

Resumo

As aftas orais são lesões ulcerosas que aparecem na mucosa de
revestimento não queratinizada da cavidade bucal, dos lábios, da
língua e da faringe. Quando estas lesões se repetem em número
de três ou mais episódios por ano, designam-se como aftose oral
recidivante (AOR). Ainda que por vezes a reincidência de aftas
esteja associada a patologias que a justificam, o quadro de aftose
oral recidivante traduz geralmente um problema primário.
Pretendeu-se, com este trabalho determinar a prevalência de
AOR numa população portuguesa geral, constituída por pessoas
abordadas aleatoriamente, sem condição de doença aguda conhecida, compará-la com a encontrada noutros países e com a
prevalência desta afecção em portadores de doenças sistémicas
nas quais está presente a AOR. Foi avaliada uma população de
seiscentos indivíduos aos quais foi indagada a idade de aparecimento, o local de residência, as causas precipitantes, o tratamento
efectuado e a incidência familiar. Para complemento do estudo,
realizou-se um breve despiste de outras doenças que pudessem
estar a motivar o aparecimento de AOR, bem como a identificação
de antecedentes patológicos relevantes.
Foi encontrada uma prevalência de 19,0% de indivíduos com
AOR nesta população, com predomínio de 22,7% de mulheres
quando comparado com 14,0% de homens, sendo esta diferença
entre sexos estatisticamente relevante (p<0,05). Verificou-se que
a maioria dos afectados apresenta idade de início antes dos 20
anos. Como factores facilitadores de recidiva das ulcerações,
foram identificados alguns alimentos, o trauma, o stress, a febre,
a menstruação, alguns medicamentos e a cessação tabágica. Em
9,6% dos indivíduos não foi identificada qualquer causa para
a recorrência de lesões. Concluiu-se também que a AOR está
presente em familiares directos, até ao 1º grau, de 45,6% dos
afectados por esta entidade.

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Publicado

28-09-2012

Como Citar

1.
Patrício I, Crespo J. Prevalência da aftose oral recidivante na população geral portuguesa. RPMI [Internet]. 28 de Setembro de 2012 [citado 18 de Dezembro de 2024];19(3):121-9. Disponível em: https://revista.spmi.pt/index.php/rpmi/article/view/1153

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