Pneumonia adquirida na comunidade e pneumonia severity index 20 (PSI-20): Estudo retrospectivo dos doentes internados num serviço de Medicina Interna, entre 2007 e 2008
DOI:
https://doi.org/10.24950/rspmi.989Palavras-chave:
Pneumonia Adquirida na Comunidade, Pneumonia Severity Index 20 (PSI-20)Resumo
Introdução: A incidência exacta de pneumonia adquirida na
comunidade (PAC) em Portugal não é conhecida, estimando-se
entre 50 000 a 100 000 casos anualmente, verificando-se um
aumento constante. Têm sido desenvolvidos índices de predição
de prognóstico em doentes com PAC, entre os quais o Pneumonia
Severity Index 20 (PSI-20), com o intuito de auxiliar o médico na
decisão sobre o local de tratamento do doente.
Objectivos: Os objectivos deste trabalho foram a avaliação da
aplicabilidade das classes de risco (definidas pelo PSI-20), as recomendações de internamento na nossa população, as características demográficas e outros factores que influenciaram a mortalidade.
Métodos: Análise retrospectiva dos processos clínicos dos
doentes internados com diagnóstico de PAC durante dois anos num
Serviço de Medicina Interna. As vinte variáveis que conformam o
PSI-20 foram recolhidas e os doentes estratificados em classes
de risco I-V.
Resultados: Dos 582 doentes, 55% eram homens e 45% mulheres, com idade média de 74.1 anos (±14,9 anos). A mortalidade
foi similar para os sexos, aumentando com a idade. A mortalidade
foi superior nos doentes provenientes de lares, mas não variou
de acordo com as co-morbilidades. A distribuição por classes
de risco foi: classe I – 3.5%, classe II – 4.2%, classe III – 6.0%,
classe IV – 28.5% e classe V – 57.7%. A mortalidade na nossa
série foi similar à dos intervalos previstos no PSI-20. A terapêutica
inicial foi empírica.
Conclusões: O algoritmo de identificação de doentes de baixo
risco é aplicável à nossa população. Baseado nas recomendações
de internamento, a maioria dos doentes das classes I, II e III poderia
ter sido tratada em ambulatório. A mortalidade foi maior nas classes
IV e V, tal como no estudo de Fine et al. e subsequentes validações.
Downloads
Referências
Fine MJ, Auble TE, Yealy DM et al. A prediction rule to identify low-risk patients with community-acquired pneumonia. N Engl J Med 1997;
:243-250.
Araújo, A. T. Relatório do Observatório Nacional das Doenças Respiratórias 2008. www.odnr.org: Relatório ODNR 2008; 6.
Lim WS, Macfarlane JT, Boswell TC et al. Study of community acquired pneumonia aetiology (SCAPA) in adults admitted to hospital: implications for management guidelines. Thorax 2001; 56:296-301.
Lim WS, van der Eerden MM, Laing R et al. Defining community acquired pneumonia severity on presentation to hospital: an international derivation and validation study. Thorax 2003; 58:377-382.
Aujesky D, Auble TE, Yealy DM et al. Prospective comparison of three validated prediction rules for prognosis in community-acquired pneumonia. Am J Med 2005; 118:384-392.´
Barlett JG, Dowell SF, Mandell LA et al. Practice guidelines for the management of community-acquired pneumonia in adults. Infectious Diseases Society of America.Clin Infect Dis 2000; 31:347-382.
Mandell LA, Barlett JG, Dowell SF et al. Update of practice guidelines for the management of community-acquired pneumonia in immunocompetent adults. Clin Infect Dis 2003; 37:1405-1033.
British Thoracic Society Standards of Care Committee. BTS guidelines for the management of community acquired pneumonia in adults. Thorax2001; 56(suppl 4):IV1-64.
Recomendações de abordagem diagnostica e terapêutica da pneumonia da comunidade em adultos imunocompetentes. Sociedade Portuguesa de Pneumologia. Rev Port Pneumol 2003; IX(5):435-461.
Falguera M, Martín M, Ruiz-González A, Pifarré R, García M. Communityacquired pneumonia as the initial manifestation of serious underlying diseases. Am J Med 2005; 118:378-383.
American Thoracic Society. Guidelines for the management of adults with hospital-acquired, ventilator-associated, and healthcare-associated pneumonia. Am J RespirCrit Care Med 2005; 171:388-416.
Lisa A. Jackson. Evaluating Diabetes Mellitus as a Risk Factor for Community-Acquired Infections. Clin Infect Dis 2005; 41:289-290.
Muller LM, Gorter KJ, Hak E et al. Increased risk of common infections in patients with type 1 and type 2 diabetes mellitus. Clin Infect Dis 2005; 41:281-288.
Glerant JC, Hellmuth D, Schmit JL et al. Utility of blood cultures in community- acquired pneumonia requiring hospitalization: influence of
antibiotic treatment before admission. Resp Medicine 1999; 93:208-212.
Reimer LG, Carroll KC. Role of the microbiology laboratory in the diagnosis of lower respiratory tract infections.Clin Infect Dis 1998; 26:742-748.
Plouffe JF, McNally C, File TM Jr. Value of non-invasive studies in community- acquired pneumonia. Infec Dis Clin North Am 1998; 12:689-699.
Kalin M, Ortvist A, Almela M, et al. Prospective study of prognostic factors in community-acquired bacteremic pneumococcal disease in 5
countries. J Inf Dis 2000; 182:840-847.
Nuorti JC, Farley MM, Harrison LH et al. Cigarette smoking and invasive pneumococcal disease. N Eng J Med 2000; 342:681-689.
Rhew DC. Quality indicators for the management of pneumonia in vulnerable elders. Annals Int Med 2001; 135:736-743.
Aujesky D, Stone RA, Obrosky DS et al. Using randomized controlled trial data, the agreement between retrospectively and prospectively collected data comprising the pneumonia severity index was substantial. J Clin Epidemiol 2005; 58:357-363
Ficheiros Adicionais
Publicado
Como Citar
Edição
Secção
Licença
Este trabalho encontra-se publicado com a Licença Internacional Creative Commons Atribuição 4.0.
Direitos de Autor (c) 2023 Medicina Interna
Acesso livre