Ventilação Não Invasiva: Experiência de um Serviço de Medicina Interna

Autores

  • José Coutinho Costa Serviço de Pneumologia B; Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra; Hospital Geral; Coimbra; Portugal
  • João Neiva Machado Serviço de Pneumologia B; Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra; Hospital Geral; Coimbra; Portugal
  • Joana Costa Serviço de Medicina Interna B; Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra; Hospital Geral; Coimbra; Portugal
  • Jorge Fortuna Serviço de Medicina Interna B; Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra; Hospital Geral; Coimbra; Portugal
  • Jorge Gama Centro de Matemática e Aplicações; Faculdade de Ciências da Universidade da Beira Interior; Covilhã; Portugal
  • Cidália Rodrigues Serviço de Pneumologia B; Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra; Hospital Geral; Coimbra; Portugal

DOI:

https://doi.org/10.24950/rspmi/original/78/1/2018

Palavras-chave:

Insuficiência Respiratória, Ventilação Não Invasiva

Resumo

Introdução: A ventilação não invasiva (VNI) é uma forma de
suporte ventilatório não invasivo, com benefícios comprovados em diversas patologias. O objetivo foi avaliar as indicações da VNI em doentes com insuficiência respiratória e
identificar fatores preditivos da resposta à VNI.
Material e Métodos: Análise retrospetiva dos processos clínicos de doentes submetidos a VNI, internados no Serviço de
Medicina, entre Janeiro e Dezembro de 2014.
Resultados: Incluídos 54 doentes, com idade média de 82,2
anos (± 8,4). Quarenta e quatro doentes apresentavam patologias que são consideradas indicações, com níveis de evidência estabelecida, para utilização de VNI: 33 (75,0%) tinham insuficiência cardíaca descompensada, cinco (11,4%)
exacerbação aguda da doença pulmonar obstrutiva crónica,
quatro (9,1%) síndrome de obesidade-hipoventilação e dois
(4,5%) pneumonia no imunocomprometido. A taxa de falência foi 20,5%. Nos restantes doentes, a VNI foi utilizada na
pneumonia no imunocompetente, choque séptico e intoxicação por benzodiazepinas. A taxa de falência foi 70,0%.
Verificou-se uma melhoria estatisticamente significativa nos
parâmetros gasométricos duas horas após a VNI nos doentes com patologia com níveis de evidência estabelecida
para VNI e nos doentes em que não houve falência desta
modalidade ventilatória.
Conclusão: Na nossa amostra a taxa falência da VNI foi bastante inferior nos doentes que cumpriam as indicações formais para a VNI. Assim, apesar da crescente utilização da
VNI, a seleção criteriosa dos doentes constitui uma etapa
essencial para o seu sucesso. O melhor preditor do sucesso
da VNI foi a boa resposta após 1 a 2 horas de terapêutica.

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Publicado

13-03-2018

Como Citar

1.
Coutinho Costa J, Neiva Machado J, Costa J, Fortuna J, Gama J, Rodrigues C. Ventilação Não Invasiva: Experiência de um Serviço de Medicina Interna. RPMI [Internet]. 13 de Março de 2018 [citado 19 de Abril de 2024];25(1):18-22. Disponível em: https://revista.spmi.pt/index.php/rpmi/article/view/431

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