Exposição nosocomial à tuberculose – experiência num serviço de Medicina Interna e revisão das recomendações para controlo de risco

Autores

  • J. Vasco Barreto Serviço de Medicina 2, Hospital Geral de Santo António, Porto
  • Luísa Carvalho Serviço de Medicina 2, Hospital Geral de Santo António, Porto
  • Sofia Ferreira Serviço de Medicina 2, Hospital Geral de Santo António, Porto
  • Paulo Paiva Serviço de Medicina 2, Hospital Geral de Santo António, Porto

Palavras-chave:

tuberculose, nosocomial, isolamento, controlo de infecção

Resumo

Contexto: A tuberculose (Tb) é a 2ª causa mundial de morte por infecção.
Portugal é um país com alta incidência de Tb. Na maioria dos hospitais em
Portugal, os doentes com Tb são inicialmente internados nas enfermarias
de Medicina Interna. Na ausência de isolamento em quartos de pressão
negativa, há recomendações para tomar atitudes que minimizem o risco
de transmissão nosocomial da Tb.
Objectivos: Avaliar as medidas de controlo de risco nos doentes com
Tb internados numa enfermaria de Medicina de um hospital central e
os dias de permanência de doentes potencialmente contagiosos na
enfermaria.
Doentes e métodos: Análise retrospectiva dos doentes com Tb internados num serviço com 33 camas durante um período de 3 anos. Critérios de inclusão: diagnóstico prévio de Tb e <4 semanas de tratamento;
diagnóstico no internamento com decisão de iniciar tratamento; diagnóstico microbiológico após a alta. Atitudes recomendadas e avaliadas: afastamento (cortinas corridas e aumento do intervalo entre camas);
máscara; aspirador de partículas de alta eficácia; transferência.
Resultados: Em 2810 internamentos, identificaram-se 39 casos de
Tb (1,4%), 25 com formas pulmonares. Destes, 16 tinham alto risco
de transmissão: exame directo e/ou cultura positiva nas secreções
respiratórias. Os internamentos destes doentes perfizeram 303 dias
(162 até ao diagnóstico e 141 após o diagnóstico), na sua maioria (169
dias), sem medidas de controlo de risco. Dos 141 dias de internamento
após o diagnóstico, apenas em 7 não foram tomadas atitudes. No total,
foram tomadas atitudes em 14 doentes, todos com formas pulmonares.
Os restantes 2 doentes tiveram diagnóstico cultural após a alta.
Discussão e conclusões: Em 14 dos 16 doentes com alto risco
de transmissão, foram tomadas as atitudes recomendadas, após o
diagnóstico. Apesar deste aceitável cumprimento das recomendações,
houve 169 dias de internamento com risco de transmissão, por atraso
na suspeita e/ou diagnóstico. É necessário diminuir o limiar de suspeita
e de tomada de atitudes de controlo da transmissão de Tb. Os autores
apresentam um conjunto de propostas com vista a diminuir a exposição
nosocomial ao Mycobacterium tuberculosis.

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Referências

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Ficheiros Adicionais

Publicado

31-12-2009

Como Citar

1.
Barreto JV, Carvalho L, Ferreira S, Paiva P. Exposição nosocomial à tuberculose – experiência num serviço de Medicina Interna e revisão das recomendações para controlo de risco. RPMI [Internet]. 31 de Dezembro de 2009 [citado 18 de Dezembro de 2024];16(4):211-5. Disponível em: https://revista.spmi.pt/index.php/rpmi/article/view/1425

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