Intervilite Crónica com Predomínio de Histiócitos: Uma Causa Rara de Eventos Obstétricos Placentários Associado a Elevação Isolada de Fosfatase Alcalina?
DOI:
https://doi.org/10.24950/rspmi/CC25/16/2017Palavras-chave:
Complicações na Gravidez, Doenças Placentárias, Fosfatase Alcalina, Histiócitos, Vilosidades CoriónicasResumo
Relatamos o caso de uma grávida de 31 anos, na sua terceira
gestação, com antecedentes de morbilidade obstétrica
grave, referenciada para estudo de patologia protrombótica.
No estudo efetuado, não foi detetada trombofilia, contudo
salienta-se elevação isolada da fosfatase alcalina (10 vezes
superior ao valor máximo de referência). A elevação da fosfatase
alcalina durante a gravidez, até duas vezes o valor
máximo de referência, é considerada normal no último trimestre.
A elevação acima desse valor implica o diagnóstico
diferencial com patologia hepatobiliar, óssea e renal. Foi efetuada
terapêutica antitrombótica profilática off-label durante
a totalidade da gravidez, que decorreu favoravelmente, com
nascimento de nado-vivo saudável. A avaliação anátomo-
-patológica da placenta nesta gravidez revelou a presença
de intervilite crónica com predomínio de histiócitos, uma entidade
rara não completamente esclarecida ligada a fenómenos
autoimunes da placenta, na qual a fosfatase alcalina
é apontada como possível marcador.
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