Pneumonia por Pneumocystis jirovecii: 14 Anos de Experiência num Serviço de Medicina Intensiva

Autores

  • Rita Serra Jorge Serviço de Medicina Interna A, Hospitais da Universidade de Coimbra, Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Coimbra, Portugal
  • Diana Aguiar Serviço de Medicina Interna B – Hospital Geral, Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Coimbra, Portugal
  • João Pedro Baptista Unidade de Cuidados Intensivos, Hospitais da Universidade de Coimbra, Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Coimbra, Portugal
  • Jorge Pimentel Unidade de Cuidados Intensivos, Hospitais da Universidade de Coimbra, Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Coimbra, Portugal
  • Nuno Devesa Unidade de Cuidados Intensivos, Hospitais da Universidade de Coimbra, Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Coimbra, Portugal

DOI:

https://doi.org/10.24950/rspmi.775

Palavras-chave:

Cuidados Intensivos, Infecção por VIH, Pneumonia por Pneumocystis, Pneumocystis jiroveccii

Resumo

Introdução: A pneumonia por Pneumocystis jirovecii (PJP) afecta indivíduos
imunocomprometidos. É a infecção oportunista mais frequente
em infectados com o vírus da imunodeficiência humana (VIH). Apesar
de um declínio na sua incidência, a PJP grave continua a ser uma
causa comum de admissão em serviços de Medicina Intensiva (SMI).
Material e Métodos: Estudo retrospectivo (2000-2013) dos doentes
com PJP admitidos num SMI de um hospital universitário. Foram
analisados os factores de risco, diagnóstico, tratamento, tempo de
internamento e mortalidade.
Resultados: Identificados 27 doentes com idade média de 47,7
(±13, 4) anos; 81,7% do sexo masculino. Os factores de riscos identificados
foram: infecção VIH (44,4%), transplante (18,5%), neoplasia
(7,4%), vasculite e hepatite C (3,7%). Em 22,2% nenhum factor de
risco foi identificado. Em 83,3% dos doentes VIH+, esse diagnóstico
era desconhecido; nenhum estava sob profilaxia. Todos os pacientes
VIH+ tinham CD4 + < 200 células/microL. O PJ foi identificado principalmente
(96,3%) no lavado broncoalveolar. Foi necessária ventilação
mecânica invasiva em 96,3% e vasopressores em 62,9%. Três
doentes VIH+ mantiveram-se sob terapêutica antiretroviral durante o
internamento. Sete (25,9%) desenvolveram pneumotórax. O tempo
médio de internamento foi 17,4 dias. A mortalidade atingiu 51,9%.
Conclusão: A PJP atingiu sobretudo homens jovens com infecção
VIH e CD4 + < 200 células/microL. Um número significativo não tinha
factores de risco. Na maioria, o diagnóstico foi realizado no LBA. O
cotrimoxazol foi sempre a primeira opção terapêutica. O número de
indivíduos sob TAR foi baixo. A gravidade e a mortalidade dos doentes
foram elevadas.

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Publicado

31-03-2016

Como Citar

1.
Serra Jorge R, Aguiar D, Baptista JP, Pimentel J, Devesa N. Pneumonia por Pneumocystis jirovecii: 14 Anos de Experiência num Serviço de Medicina Intensiva. RPMI [Internet]. 31 de Março de 2016 [citado 18 de Dezembro de 2024];23(1):9-12. Disponível em: https://revista.spmi.pt/index.php/rpmi/article/view/775

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